sexta-feira, 18 de julho de 2008

Siamo tutti Italiani

É muito impressionante como existem muitas semelhanças entre nós brasileiros e os italianos, não só por causa da paixão pelo futebol e a macarronada de domingo na mamma, ma anche per altre cose...

Eu sou um pouco suspeito para falar deste assunto: paulista, viciado em pizza e vinhos, as vezes omito o "S" de concordâncias no plural, como o famoso "me vê 1 chopps e dois pastel" e, por fim, descendente de italianos.

O povo Italiano foi composto por várias e diferentes etnias e culturas. Antes, durante e depois do Império Romano, a península Itálica foi invadida diversas vezes por etruscos, gregos, celtas, sarracenos, normandos, plantagenetas, germanos, francos e lombardos.

Com tantas invasões, principalmente após a queda do império Romano, o domínio territorial passou a dar lugar ao domínio cultural dos povos e a Itália acabou sendo dividida em vários reinos.

Assim como o Brasil, a Itália é uma mistura de raças e etnias. O nosso mesmo complexo de pátria de vira-latas cairia muito bem aos nossos amigos, mas nesse quesito eles foram além.

Atualmente, no Brasil temos 28 milhões de pessoas que são descendentes de italianos, correspondendo a 15,5% da população do nosso país. Só no estado de São Paulo, a maior colônia brasileira, somos 13 milhões de descendentes, correspondendo a 32,5% do estado.

Apesar dos Romanos, a Itália é uma país relativamente novo territorialmente, pois a sua atual área territorial foi definida apenas em 1861, quando Victor Emanuel II foi proclamado rei da Itália, mas só em 1870, Veneza e Roma foram incorporadas ao atual território, bem depois da independência brasileira em 1822.

Mesmo depois da unificação territorial, o povo italiano ainda era um amontoado de povos de culturas muito diferentes que habitavam a mesma península e que ainda seguiam seus próprios dialetos.

Apenas depois do fascismo italiano de Mussolini que a Itália começou a unificar o seu povo, obrigando todos os novos estudantes a falarem e a língua italiana e a desde cedo darem importância à história italiana. Lógico, que isso não foi com o propósito criar a identidade do país, para o ditador italiano, foi um modo de aumentar o seu poder unificando os meios de comunicação de massa, fazendo com que a comunicação através de uma só língua chegasse ao ouvido de todos. No Brasil, apesar de sermos unidos pela língua, faltou a importância da história dentro da nossa sociedade.

Mas a Itália esta muito longe ainda de tornar-se um país uniforme, assim como no Brasil, as diferenças regionais são enormes. Quando estive lá em 2007, em cada região da Itália ainda ouve-se o dialeto local, falado principalmente nos pequenos comércios. O Norte e o Sul parecem duas nações diferentes, como no Brasil, só que invertendo as regiões. Lá, o Norte e o centro são muito ricos e o Sul muito pobre.

Em minha experiência na Europa, uma coisa ficou clara: nós somos como os italianos no trânsito. Eu dirigi 7000 KM passando por 3 países, foi só quando passei a divisa entre a França e a Itália que tudo mudou. Fechadas nas estradas, buzinadas, faróis altos, muita "Italianada" na estrada, conforme o trânsito de veículos aumentava, a velocidade deles também. Assim como no Brasil, a faixa da esquerda não é deixada livre para carros mais velozes, como é na Espanha e na França, por sinal, muito mais organizado. Na chegada em Veneza, a loucura reinava em pleno Verão Europeu, muitos carros na pista, trânsito, calor, discussões e o acostamento sendo usado como faixa, igualzinho aqui.

Pois é amigos, não é à toa que o Milan é o time mais brasileiro da Europa, e o Palmeiras chamava-se Palestra Itália. As nossas semelhanças vão além dos gramados.

Não tenho cidadania italiana, mas gostaria de ter. O país é belo, o clima, as cores, o lixo, as discussões... É Europa, mas é com um pouco de Brasil ao mesmo tempo.

Este flash abaixo é muito bom e ilustra um pouco este texto.
Somos todos italianos.













ou no link:
http://tcc.itc.it/people/rocchi/fun/europe.html

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